Surfando a vida

O querido Marola mandou-me o texto abaixo como comentário de uma postagem. Decidi dar um pouco mais de destaque e transformá-lo num post pela emoção de seu depoimento.
Abaixo, um pouco da história de vida desta figuraça com a qual temos o frequente prazer de surfar.

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Nascido no Rio de Janeiro passei minha infância lá até os 9 anos, quando vim morar aqui em Salvador, onde cresci, fiz minha vida e me encontrei com o surf por acaso pois minha mãe gostava muito de praia e sempre levava meus irmãos  e eu.
Ficávamos brincando na areia e a praia que mais gostva de ir era o Jardim de Alá; ali começou toda a minha história de surf .
Ontem fiz 30 anos de surf e sou grato a Deus por ter colocado esse esporte em minha vida, como sou!!
 Era uma vez num belo domingo eu estava brincando de fazer castelos na areia e um cara chamado Junior conhecido como JR Loiro, aborrecido com a prancha dele, começou a chutá-la e quebrá-la... ai fiquei de olho grande!
Foi quando ele disse: quer? pode levar! e arrancou a quilha da prancha.
Rapaz... pense numa criança feliz!!
Um vizinho amigo nosso que morava no 1º andar era fera, quebrava, surfava muito e eu ja estava querendo aprender, mais prancha era muito cara, então ficava difícil, e o surf era dito e mal visto pelos pais, mas o importante era surfar e esse vizinho, Ricardo Brazão, me ensinou a consertar prancha.
Fazia as quilhas, colocava varias pequenas quilhas feitas só de resina ai elas quebravam, e descolavam... (rsrsr) mas era divertido e fui crescendo e vivendo as modas, as tendências...
A evolução do surf é muita história se for parar para contar ah.....
Em junho de 99 tive problemas renais e tive que enfrentar um tratamento de hemodiálise até o transplante em 2001 (barra pesada).
Consegui superar tudo graças ao rim doado por minha mãe que esta super bem graças a Deus.
Com isso, passei a ficar inconformado com o numero de pessoas que ainda estão na fila à espera de uma doação transplante e que às vezes terminam morrendo por falta do mesmo!!
Perdi vários amigos feitos neste período.
Quando decidi lutar pela divulgação da necessidade do doação depois do transplante, fundando assim a campanha denominada de DOE ORGÃOS DOE VIDA,  procurei me dedicar a saúde e tentar voltar a surfar; voltei surfando com o longboard e me lembro como se fosse hoje quando entrei no mar pela 1º vez: doía tudo não conseguia respirar direito pois as costelas doiam muito.
Foi difícil mas continuei e a cada dia eu me fortificava mais e surfava melhor com o long; agora fazia consultas semanais no início, depois mensais depois de dois em dois meses e ai foi.
Fui vice-campeão baiano duas vezes, fiquei entre os vinte melhores do Brasil na categoria profissional até que em 2007 abandonei as competições por falta de patrocinio e uma lesão no joelho.
Voltei-me ao surf fazendo o free surf e fui diversificando minhas pranchas.
Nas competições, fiz curso de juiz em 2008 e mantive nossa campanha de doação em todos os eventos fosse julgando ou participando.
Este ano de 2010 fundei um surf clube: SCAL Surf Clube Amigos do Longboard e terminei o ano com um Festival de surf (as fotos estão no album do face).
Agradeço a Deus por tudo que tem feito para minha família. Tenho uma filhinha de 1 ano e 9 meses muito linda e minha esposa esta grávida de 3 meses no momento, graças ao transplante.
A vida continua!!!!!
Flávio Marola