Sem sombra de dúvida posso afirmar que ontem foi o melhor dia do Quiksilver Pro Gold Coast 2013. Não só pela qualidade das ondas, mas pela intensidade das disputas.
Na primeira semi-final, Joel Parkinson abriu o seu somatório com um 10 e um 8.17. Michel Bourez respondeu com um 8.87, mas ficou faltando uma onda melhor para o taitiano colocar mais "lenha na fogueira".
A segunda semi-final foi um show à parte. Mick Fanning e Kelly Slater travaram um dos melhores duelos do WCT na minha opinião. O reflexo disso pode ser visto nos somatórios: 19.37 x 18.60 para o americano.
Foi um show de tubo. Um show de controle e conhecimento da onda e do equipamento. Quando todos achavam que a final seria 100% australiana, Kelly Slater fez mais uma de suas graças e arrancou um 10 dos juízes para carimbar seu passaporte para a final.
Quando o placar estava 18.60 x 17.04 para o asutraliano Mick Fanning, Slater rema numa boa onda da série e dropa atrasado para encaixar num tubo animal e sair para o abraço mandando ainda um lindo cut-back e uma porrada na junção. O resultado só poderia ser a nota máxima: 10. Kelly precisava de um 9.24 para virar. Foi mais do que o suficiente. Mick, nada pode fazer.
Na final, as ondas não estavam tão boas quanto a bateria anterior, porém ainda sim seria um dia clássico em qualquer pico no Brasil. Os tubos continuaram rolando e Parko e Slater duelando.
Parko abriu com um 8.87. Slater deu o troco com um 8.73. Joel mandou um 7.83 e assumiu a liderança até Kelly dropar uma da série que veio bem cavada e perfeita. Ele fez um tubo longo e ao sair do salão, mandou um layback animal. Todos esperavam mais um 10 do careca, mas os juízes resolveram o presentear com um 9.82, suficiente para assumir a liderança e deixar o seu oponente precisando de um 9.89.
A partir desse momento, a fragilidade psicológica de Joel ficou flagrante. Visivelmente abalado com o score do careca alienígena, o aussie ficou perdido. Remou em algumas ondas sem muito potencial, optou por ficar na parte mais crítica do pico e essa decisão custou a final.
Kelly Slater venceu não só pelo talento, mas pela estratégia. De posse da prioridade e na liderança da bateria, sentou-se mais abaixo em relação a Parko. E isso foi o ponto crucial, pois a melhor onda subiu naquele momento e o australiano remou lá de trás. Dropou, encaixou no tubo e.... teve que sair, pois o Careca dropou na frente, com a prioridade, tirando a chance de Joel marcar o 10. Sim, pelo potencial da onda e pela forma com o aussie se encaixou, fatalmente aquela onda definiria a bateria.
Entretanto, não foi isso que aconteceu. Slater se valeu das regras do jogo e tirou Parko do sério, o que pode ser visto no gesto obsceno que este proferiu para o adversário no momento em que enxerga ele dropando a sua frente. Qualquer um ficaria fora de si nessa situação.
Foi um bom campeonato e o seu ápice foram as finais. Show de surf. Kirra quebrou lindo e proporcionou um espetáculo para os amantes do esporte.
Que venha Bells!
Aloha!
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